quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Do efeito placebo.

Não, não é um post sobre a banda, até porque eu não conheço nenhuma música deles. Efeito placebo, para quem não sabe, é quando você toma um remédio falso, mas ele acaba funcionando só pelo poder da auto-sugestão. Quero fakar sobre esse efeito nas relações humanas.
Pode parecer estranho, mas logo deixarei meu ponto de vista perfeitamente compreensível: falo das atitudes ou "verdades" falsas que são aceitas ou até memso preferidas como lubrificante das engrenagens sociais. Toda pessoa em algum momento acaba medicando sua mente de placebos sociais. A pequena ilusão nem é tão nociva assim, devo admitir, mas presencio mais e mais overdoses tristes.
A verdade, em algumas situações, é dolorosa. Mas de uma forma ou de outra, a verdade permanece o que ela é. Por mais que se ergam barreiras, por mais que se tomem analgésicos, se há dor, há algo errado em essência. A dor é o mecanismo de defesa mais básico. Ignorá-la ou tentar aniquilá-la sem atacar sua causa de origem é bobagem.
Mas é tão fácil fingir que nada acontece. Olhar nos olhos de quem nos incomoda profundamente e sorrir um sorriso amarelo e socialmente aceitável. Tenho asco disso. E apanho do mundo pelas minha demonstrações públicas de horror. Ser calmo e ser passivo são duas coisas diferentes. Da minha calma, inferem passividade e erram. Daí minha dificuldade em aceitar placebos sociais. Tentar ignorar um problema é a maior das passividades, uma gressão contra o espírito humano, que é agressivo por natureza. Confundem agressividade com destruição. Eu digo ser o oposto: o agressivo é o verdadeiro criador, o passivo é o verdadeiro destruidor. De si mesmo e de todos a quem dá exemplo.
Dá-se importância máxima à diplomacia da mentira, mas a real diplomacia, a real capacidade conciliadora está nas pessoas que não tomam placebos, mas tomam os mais amargos remédios e enfrentam os piores e mais dolorosos tratamentos a fim de realmente extinguirem o seu mal.
Eu aplaudo essas pessoas. E eu tento me incluir entre elas. De placebos sociais eu tenho ânsia, preciso de tratamentos de verdade.

Um comentário:

  1. As pessoas, geralmente, não gostam de remédios amargos. O efeito placebo é muito mais fácil e menos doloroso. Acho que as pessoas gostam mesmo é de curar o mal aos poucos, de sofrer um pouquinho e sobreviver das migalhas dele o tempo que restar. Se erram, não sei. Mas essa é a natureza (burra?) humana.

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