domingo, 5 de dezembro de 2010

Das leituras e releituras.

Eu separo ler de novo e reler em categorias bem distintas. Quem entende de português pode torcer o nariz, mas eu cometo esse pequeno absurdo por fins de argumento.

Entenda, reler, na minha concepção, ou melhor, na concepção do meu texto, é aborver informações já absorvidas da mesma forma que já feito antes. Ler de novo é encarar os fatos da mesma maneira que os encarou da primeira vez.

Parece absurdo, e sem a devida explicação é mesmo, supor que alguém que lê a fundo (usarei "ler" como qualquer forma de receber informações) alguma coisa possa ler aquilo de novo totalmente ignorante do que se trata. Mas a idéia não é essa. É idéia é ter a disposição a não direcionar de imediato os conceitos apresentados a conclusões já tiradas antes. É deixar que o que é lido tome todos os rumos que poderia ter timado na primeira leitura.

Mais que isso e aliado a isso, devo acrescentar que mesmo na real primeira leitura, o bom leitor já sabe o que esperar do que vai ler. Mas ele é espectador paciente e deixa que o espetáculo prossiga. Leia quantas vezes ler, ele saberá apreciar cada detalhe da obra e a cada nova leitura, ele descobrirá detalhes novos.

Já o releitor, lê uma vez e fecha a mente. Não importa o quanto reler e quantos novos fragmentos ele possa perceber: sua visão é uma e imutável. E morre em si mesmo, interpretando o diferente de uma mesma forma, não importando o ângulo pela qual olha.

E o que eu quero dizer com tudo isso? Bem, nada em especial, só peço que só leiam meus textos, evitem relê-los.

Rammstein

5 dias após o melhor, mais esperado e mais intenso show a que já assisti, resolvo tirar as teias de aranha disto aqui e comentar uma ou duas coisas a respeito.

Sabe aquele sonho maluco que parece imensamente distante e impossível de acontecer? Meses atrás eu comentava com quem tivesse saco de me ouvir reclamar que era horrível "saber" que a chance de ver minha banda favorita em atividade fazendo um show em meu país era mínima. Mas ai veio junho e tudo mudou. Começaram as especulações devido a uma entrevista de um dos membros da banda, dias fuçando fóruns, esperando confirmações. Julho chegou e confirmou-se show. Na Colômbia. Numa mistura de egocentristmo e esperança amalucada, o coro de fãs brasileiros foi unânime (ou quase):"Se confirmaram na Colômbia, confirmar aqui é questão de tempo apenas".

Foram apenas uns dias. Dias em um hiato de 11 anos. Mas os mais longos dias deste ano. Shows marcados no Chile e na Argentina e nada de marcarem show no Brasil. "Mas é o maior país da América Latina, impossível não passarem aqui!" "Se tudo der errado, vou pra Argentina nem que eu tenha que vender meu irmão."

Felizmente, para minha mãe, confirmou-se o show aqui. E após meses agoniantes de espera, o dia mais belo do ano, posto em vários anos diferentes. O fogo, os fogos, o condutor. Tudo perfeito, nada como eu esperava. Uma deliciosa surpresa atrás da outra superava cada espectativa pequena minha e firmava Rammstein como os senhores do palco.

Perdi minha voz lá pela quarta música, mas continuei a gritar. A voz retumbava da alma. Vinha da mais profunda felicidade que aquela situação me causava. Sai de lá extasiado como se tivesse ganhado o mundo aquela noite. E eu ganhei, ganhei sim. Aquelas memórias queimaram em minhas retinas deixando sua marca permanente.

Nunca antes o início de Rammlied foi tão verdadeiro. Aos meus ídolos, longa vida. RAMM-STEIN!