domingo, 5 de dezembro de 2010

Das leituras e releituras.

Eu separo ler de novo e reler em categorias bem distintas. Quem entende de português pode torcer o nariz, mas eu cometo esse pequeno absurdo por fins de argumento.

Entenda, reler, na minha concepção, ou melhor, na concepção do meu texto, é aborver informações já absorvidas da mesma forma que já feito antes. Ler de novo é encarar os fatos da mesma maneira que os encarou da primeira vez.

Parece absurdo, e sem a devida explicação é mesmo, supor que alguém que lê a fundo (usarei "ler" como qualquer forma de receber informações) alguma coisa possa ler aquilo de novo totalmente ignorante do que se trata. Mas a idéia não é essa. É idéia é ter a disposição a não direcionar de imediato os conceitos apresentados a conclusões já tiradas antes. É deixar que o que é lido tome todos os rumos que poderia ter timado na primeira leitura.

Mais que isso e aliado a isso, devo acrescentar que mesmo na real primeira leitura, o bom leitor já sabe o que esperar do que vai ler. Mas ele é espectador paciente e deixa que o espetáculo prossiga. Leia quantas vezes ler, ele saberá apreciar cada detalhe da obra e a cada nova leitura, ele descobrirá detalhes novos.

Já o releitor, lê uma vez e fecha a mente. Não importa o quanto reler e quantos novos fragmentos ele possa perceber: sua visão é uma e imutável. E morre em si mesmo, interpretando o diferente de uma mesma forma, não importando o ângulo pela qual olha.

E o que eu quero dizer com tudo isso? Bem, nada em especial, só peço que só leiam meus textos, evitem relê-los.

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