sábado, 18 de setembro de 2010

Do pensamento livre.

De tudo o que eu defendo, certamente o pensamento livre é o meu maior protegido. E de preferência, o pensamento divergente. Meu ponto de vista é bem simples neste aspecto: onde não há confontro de idéias, não há espaço para que estas amadureçam. Meu blog é a minha prova maior dessa minha perspectiva, e embora ainda não tenha atingido o volume de debate que eu espero, de certo muito me agradam os comentários sobre o conteúdo que recebo aqui e ali.

Por mais simples que seja, meu horizonte no que diz respeito a esse assunto está longe de ser simplório. É cheio de pequenas nuances caracteristicas da minha tendência a ser cinza em vez de preto ou branco. Como dito antes, eu acredito que o pensamento deve ser trabalhado, lapidado. E a melhor forma de fazê-lo é confrontando-o com aquilo que é diferente dele, seja sua oposição ou discordâncias menores. Mas tal como diamante, deve-se formá-lo antes de lapidá-lo. Eu creio que toda idéia deve ter seu espaço para ser completamente formada antes de ser editada. Se há formatação do pensamento em sua fase de criação inicial, ele nunca mostrará todo o esplendor do que poderia ter sido. Em outras palavras, se antes mesmo de haver uma certeza em seu argumento ele já é contaminado pelo exterior, perde-se muito.

Todos que gostam de refletir, e não apenas engolir a verdade sensorial sem qualquer forma de tempero, acabam definindo seus próprios moldes de idéias. E é nas singularidades da mente que se encontra a verdadeira pureza que se deve dar ao nascimento de uma reflexão. Antes de ser apresentado ao mundo, o pensamento deve ser seu. E ao ser refinado por tudo o que não é seu, ele pode se tornar completo. A idéia livre não é a idéia que nasce em todas as direções, mas a que se deixa transformar em todas as direções, ou seja, a liberdade a que me refiro não é a apenas de criação, mas a de adaptação e mudança ou até mesmo de completa transformação.

Isto esclarecido, volto à importância dessa liberdade. O existencialismo nos brinda com o célebre conceito da condenação à liberdade. E é realmente um fardo, tanto quanto é um privilégio. Digo isso levando em conta a imensa responsabilidade em que ela acarreta. Pelo poder colossal que possue, torna-se arma perigosa na mãos de um orador de belas palavras e péssimas intensões. E ai reside mais um ponto importante:
a diferença entre liberdade e lidibinagem intelectual. Mas isso é assunto para outro post, não quero me prolongar mais. Até.

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