terça-feira, 10 de maio de 2011

Da vontade de potência.

Não o livro, não sou crítico. Tomo o tema. E embora uma das mentes mais brilhantes das quais já pude ler textos já o tenha feito de maneira sublime, tenho meus remendos de filosofia(seria mesmo isso filosofia?) a fazer. Aliás, apenas por eu o admirar faço este minúsculo prelúdio. Porém, meu espaço, minhas regras. Segue então minha linha de pensamento.

Já é lugar comum, suponho eu, crer na máxima "a palavra tem poder". No snetido de realização e ação, é plausível. Mas minha preocupação maior sempre foi o conceito maior que esta frase feita esconde. Se levianamente o senso comum a traduz como "para conseguir, tem que querer muito", arma formidável armadilha. Seja sincero: basta querer?

Quer? Querer é apenas o primeiro suspiro. Há de fazer-se muito ainda. O próximo passo é poder. Pode? Tem capacidade? É humano, entenda isso. Só sua imaginação tem limites infinitos(questionável isto também, mas não perderei o foco), todas as outras capacidades são limitadas. Conhece-as?

Pode? Poder é apenas a conformação do desejo. Tornou sonho em possibilidade. Ótimo. Mas ainda nada em alto mar e a costa da realização ainda está a milhas. Tome o mundo e faça-o dançar a sua melodia. Não é o querer que te faz realizar nada. Não é poder que te torna um realizador. Há ainda o terceiro passo, a ação.

Mas qualquer gato bêbado seria capaz de notar isso. Quero escrever um livro de auto-ajuda? Não mesmo. Para que repetir o que todos já sabem?

Porque o senso comum esquece, ou apenas lembra caso queira barrar o progresso, da quarta etapa. Oposição. A inércia de qualquer situação prende o realizador ao seu presente e evita que atinja seus objetivos. Não deveria estar a capacidade de transponir obstáculos já contida na segunda grande pergunta do texto? Jamais, não se pode ser ingênuo. Entre o que um indivíduo pode ou não fazer e o que ele efetivamente consegue fazer há um mundo.

A real pergunta e pra qual a resposta tem que ser sempre sim, é "consegue?". É humano, então cai, simples. Mas quando cai é o que importa. Se caiu com o troféu em mãos, ele é seu e nada mais importa. Se não, todo o esforço é agora cinza: fim de novela. Disso tudo para tirar apenas que sucesso e fracasso são condicionados por fatores muito maiores que mera vontade. Aliás, as vezes tem-se o que nem sequer se deseja, apenas porque para conseguí-lo o esforço foi menor até do que o percepitível.

Vontade em si só não vale mais que um arfar breve e sem sentido. E eu me retiro sem maiores explicações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário