segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sobre o egoísmo.

Se há palavra mais carregada de sentido negativo que "egoísmo", eu a desconheço. Juízos de valor do senso comum costumam me causar urticária, mas sobre esta forma de agir a moral comum me faz querer rasgar a pele.

Sim, o homem é um ser coletivo por natureza, porém, atrás deste coletivismo esconde-se uma razão simples: necessidade de sobrevivência. E não preciso dizer a ninguém que isso é apenas reflexo da necessidade de auto-preservação. O homem é, por excelência, egoista.

Antes que chovam cristianidade em mim, chego logo a meu ponto: egoismo em si não é algo nocivo. Aliás, o verdadeiro egoísmo, ao qual chamo de egoísmo elegante, é a forma mais eficiente de sobrevivência para qualquer ser vivo. Confunde-se muito idiotice por egoísmo. Este é o egoísmo pária.

O egoísmo elegante faz aquele dotado dele tomar sempre as melhores decisões para si próprio, o que muitas das vezes significa favorecer ao grupo em pequeno detrimento de si mesmo. Isso, apesar de aperecer contraditório, é uma estratégia básica e bem inteligente. Um grupo feliz é um grupo coeso, logo, é um grupo que protege melhor seus membros. Ao contrinuir para o aprofundamento de laços de afeição, o indivíduo age de forma bela em favor de si mesmo. É o amor de mãe incondicional, que em sua base tem o desejo de que seus genes se perpetuem. É o bom samaritano que tenta fazer do mundo um lugar melhor, sutilmente desejando viver em paz e segurança. É esquecer o orgulho para reconhecer a necessidade de se ter o próximo como apoio.

O pária, por outro lado, na medida em que faz com que seu portador tome atitudes preciptadas e que só o beneficiam, também isola-o e o enfraquece, provando sua idiotice. É a autodestruição em sua forma mais imbecil.

O egoísmo elegante é vital e o único caminho sensato. Também não quero com isso dizer que todos os sentimentos de amor romântico e amizade são falsidades. Pelo contrário: são tão verdadeiros quanto a própria vontade de viver. São a humanidade impressa e escrita em palavras e ações. São a nossa verdadeira causa. Ser conjunto para salvar o indivíduo. Ser dois para salvar ao um. Associar-se para preservar-se.

Portanto, abraçar a natureza humana como um todo é entender que o egoísmo elegante é fundamental. Aliás, egoísmo elegante não, visto que minha divisão foi meramente semântica. Só há o egoísmo elegante, o seu oposto pária é a loucura do isolamento. E assimsempre foi.

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