terça-feira, 5 de julho de 2011

Do desejo.

É do princípio do Tao o pensamento "alcançar a ausência de desejos, até mesmo o desejo de não desejar". O cristianismo, por sua vez, coloca boa parte dos desejos naturais dentro da esfera do pecado. E por que tanto religiões ocidentais quanto orientais condenam este instinto básico? Pelo seu poder destrutivo.

Do desejo derivam os grandes feitos e as grandes intrigas. A que me chama mais atenção neste particular momento e a grande motivadora deste post é a inveja. Mas por que não um post apenas sobre ela? Não me apetece. Parece mais interessante agora ser mais holístico. mas antes, um pouco mais de aprofundamento em minha opinião. O desejo de ter aquilo que o outro possui motiva ódio, guerras, intrigas, rabugice em todos os níveis. É nocivo, sim, mas talvez doses homeopáticas surtam algum efeito positivo.

Instiga a competição, de certa forma e a competição pode ser bem vinda. Não fosse o desejo do homem de ser melhor, ele jamais teria desenvolvido tanto a ciência. Porém, não serei leviano aqui, por homeopatia realmente quero dizer uma enorme diluição. A inveja pode corroer toda boa vontade já em fase inicial. O ideal seria extinguir esta falha de caráter, mas não vivo de idealidades. Para não se desejar o que pertence a outrem, deveria-se nada desejar e isso é imbecilidade. Perdoe-me o Tao, mas não desejar é ser não humano e isso não no sentido de transcender a si próprio, mas sim de ser fantasma do ser.

Desejar é planejar. Toma-se planejar como ato totalmente racional de criação de etapas lógicas para obtenção de um resultado, mas eu corrompi este sentido há eras. Sim, eu sou audacioso e arrogante(?) o suficiente para isso. Digo serem planos também as antecipações puramente instintivas. Se é bom plano, não é do escopo deste texto. Digo apenas que é plano necessário. Consequência da existência e da condição humana. E é força motriz de belos feitos, se usado com as devidas precauções.

Ainda assim, detesto invejar. É tão vil e baixo. Uma daquelas faces pervertidas e perversas da natureza humana. Porém, se pretendo seguir o que digo a respeito de abraçar a própria humanidade, devo perceber como tirar proveito até dos piores defeitos. Gantz gut.

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